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Periodicamente volta ao noticiário o impasse do Hospital Regional. Esse assunto tem servido de debates no rádio e televisão, principalmente nos períodos de propaganda eleitoral. Os partidos políticos já estão se movimentando para a próxima campanha eleitoral no ano de 2020, de maneira que podemos nos preparar para ver rodar a máquina enfadonha da mesmice.
Ao final do governo Tarso Genro, já estando quase pronto o Regional, foi assinado um termo com a Empresa Brasileira de Serviços Hospitalares (EBSERH) e o Estado do Rio Grande do Sul para a gestão do complexo que ficaria adstrito ao Hospital Universitário da UFSM. A professora Elaine Roessler e sua equipe de gestão elaboraram um plano detalhado para início das atividades hospitalares que permitiria o progressivo aproveitamento dos espaços com o equipamento e pessoal necessários. A EBSERH é responsável pela gestão de 40 hospitais universitários e tem condições de adquirir todo o equipamento através de compras em escala, o que é feito diretamente pelo Governo Federal, que é o provedor dos recursos que permitiram a construção e que estão dando continuidade aos aportes necessários, como já fez agora mesmo, disponibilizando mais 50 milhões para compra de equipamentos.
Como costuma acontecer em nosso país, com a mudança de governo, logo que assumiu o governador José Ivo Sartori, do PMDB, anulou aquele documento e pretendeu dar uma solução - dentro de uma visão de estado mínimo - buscando, durante quatro anos, quem se responsabilizasse por uma gestão empresarial privada. Não conseguiu quem se dispusesse a assumir uma empresa deficitária, que a tanto não vai a iniciativa inteligente. No ocaso de seu governo forçou ao Instituto de Cardiologia, órgão estatal, a assumir a gestão, o que foi feito com pompa e circunstância, ao inaugurar um ambulatório de hipertensão e diabetes.... Tudo isso às vésperas de uma nova eleição, das muitas que lhe antecederam. Foram contratados 50 funcionários entre pessoal técnico e administrativo a um custo altíssimo para fazer funcionar um simples ambulatório.
Com o novo governo de Eduardo Leite, o Estado vem insistindo no modelo adotado, abrindo, agora, um ambulatório de cardiologia. É de se esperar que não leve outros quatro anos para que a luz se faça nos cérebros bem-intencionados e o governo volte a se entender com a EBSERH, único caminho para uma solução do impasse. O SUS tem como pedra basilar o atendimento prestado pelos hospitais universitários, aqui em Santa Maria e no resto do Brasil. Já foram extintos mais de 30 mil leitos hospitalares desde a implantação do SUS. Esse paradoxo é explicado pela insolvência dos pequenos hospitais comunitários, obrigados a atender pela tabela garroteadora que cobre somente 50% dos custos operacionais. Que o digam todos os prefeitos dos pequenos municípios brasileiros.
Porque a EBSERH? A explicação está na cobertura total dos custos. O Ministério da Educação paga, totalmente, o quadro de funcionários técnico-administrativos, ligados à Universidade e o SUS paga os procedimentos efetuados, de atribuição do Ministério da Saúde. Com essa associação para o bem da população, o governo consegue oferecer atendimento de qualidade e de alta tecnologia, o que é impossível ao gestor privado. É necessário que os prefeitos de toda nossa região, juntamente com nossos deputados estaduais e federais, juntem esforços e elaborem um MANIFESTO ao governador e ao presidente da República, para que, num gesto de respeito às necessidades do povo, acertem os ponteiros e decidam tomar as medidas necessárias ao funcionamento do Hospital Regional de Santa Maria.